Budismo: seu nobre caminho óctuplo e as verdades bíblicas

Quando encontro budistas pelo caminho, confesso minha grande admiração por essas pessoas. Embora o Budismo professe crenças totalmente oposta ao Cristianismo, possui oito preceitos maravilhos, ensinados por Buda. Conhecendo bem esses preceitos, podemos nos aproximar dos budistas com a mensagem de Jesus Cristo, o nosso Caminho, e compartilharmos como a Bíblia concorda com tais preceitos. Isto abrirá uma enorme porta para uma amizade enriquecedora com esse povo tão especial.

O Nobre Caminho Óctuplo

O'DONNELL, escritor e estudioso de religiões mundiais, publicou em seu livro Conhecendo as Religiões do Mundo, Editora Rosari, página 50, os oito preceitos de Buda para guiar as pessoas no Caminho do Meio (modo de vida para evitar os extremos):

1. "Entendimento correto - entender as "Quatro Nobres Verdades"; Estas seriam, conforme O'DONNELL:

"Dhukha ("sofrimento") - Toda a vida envolve o sofrimento;
Desejo - a origem do sofrimento é o desejo e os falsos apegos;
Extinção - a cura do sofrimento é parar de desejar a coisa errada;
O Caminho do Meio - O Buda conhecia o luxo e o asceticismo, e nenhum dos dois caminhos trouxe felicidade, o que o levou a ensinar o caminho do meio, uma maneira de evitar os extremos."

Comentário Cristão - Os budistas gostariam muito de aprender verdades bíblicas se começássemos a ensiná-las desde o princípio. Logo em Gênesis, observamos como surgiu o sofrimento no mundo: Através da desobediência. Explique ao budista que chamamos de pecado a ação que magoa a causa primária de tudo que existe: Deus. (Gênesis 2:16, 16; 3:1-5) Todavia, explique como essa causa primária pretendeu, através de Cristo Jesus, diminuir, por enquanto, e completamente no futuro, o sofrimento. (João 3:16) Também, seria bom examinar o Sermão do Monte com os budistas, destacando verdades facilmente compreendidas por eles, como saber se relacionar um com o outro. - Mateus 5:23, 24; 7:12.

Sobre "a origem do sofrimento é o desejo e os falsos apegos", a Bíblia afirma: "O desejo dos justos tende somente para o bem, mas a expectação dos perversos redunda em ira" (Provérbios 11:23) e "O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem" (Romanos 12:9) Esses versículos criarão uma ponte entre as verdades bíblicas e a crença budista. Também, o sofrimento acaba, segundo o budismo, quando se deixa de se desejar a coisa errada. Fale sobre Jesus ter ensinado a não ficarmos ansiosos por coisa alguma: "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal". (Mateus 6:34) Explique a eles: Buscar a luxúria resulta em dano (1 Timóteo 6:9) e viver mendingando não é característica dos justos (Salmo 37:25).

"2. Intenção correta - comprometer-se com o caminho."

Comentário Cristão - Este passo tem a ver com o pensamento de cada indivíduo budista. Se você conhece o caminho a seguir, comprometa-se com ele. Aqui, há uma frase de Jesus que vai ao encontro dessa crença budista: "Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes". (João 13:17) Diga ao budista: De que valor é conhecer e não praticar? Veja como procuramos praticar o amor ao próximo. Uma forma é importarmo-nos com os outros. (Leia Filipenses 2:4) Pergunte a ele: Você concorda que amar ao próximo é uma verdade com a qual precisamos estar comprometidos? - Leia Romanos 12:10.

"3. Fala correta - sempre falar a verdade e ser positivo."

Comentário cristão - Na abordagem com budistas, compartilhe que a Bíblia nos ensina a falarmos sempre a verdade. Lemos em Efésios 4:25: " Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros". Sobre sermos positivos, a Bíblia nos ensina a nos concentramos naquilo que nos faz bem. Por exemplo: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Sim, a Bíblia pode ensinar muitas verdades aos budistas, mas muitas delas eles já conhecem!

"4. Ação correta - Ser gentil com todos os seres vivos e ter uma mente clara".

Comentário cristão - Em meus estudos sobre o budismo, aprendi que a ação correta engloba evitar o mal, superar o mal, fazer o bem surgir, e manter e desenvolver o bem. A Bíblia nos ensina isso: Evitar o mal e amar o bem. (Salmo 97:10) O fruto do Espírito Santo é o amor, a alegria, a paz, a benignidade, bondade, mansidão, longanimidade, fé (ou fidelidade) e autocontrole (Gálatas 5:22, 23) - e os budistas precisam ver em nós que alguém (para eles "algo") nos faz sermos diferentes e melhores pais, mães, filhos, vizinhos e amigos. Também, a Bíblia nos ensina que o propósito original da Causa Primária para com o homem era cuidar da terra: O homem foi feito da terra para cuidar dela e de tudo que nela vive. - Gênesis 2:8.

"5. Modo de vida correto - ganhar o sustento de maneira ética."

Comentário cristão - A Bíblia ensina os cristãos a trabalharem pelo seu sutento. O não roubarás (Êxodo 20:15) envolve muitos aspectos éticos. Os verdadeiros cristãos não roubam horas do patrão, não sonegam impostos, não desfalcam as empresas em que trabalham. Tudo o que fazem é uma forma de amar o próximo, o que os identifica como seguidores de Jesus. - João 13:34, 35.

"6. Esforço correto - evitar pensamentos nocivos."

Comentário cristão - Lemos em Provérbios 12:5: "Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos do perverso, engano." As obras da carne, como ira, raiva e ódio devem dar lugar ao fruto do Espírito mencionado acima. (Gálatas 5:19-23) Ser preguiçoso não é ter esforço correto, segundo a Bíblia. Sobre isso lemos: "O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta." (Provérbios 13:4) Os pensamentos nocivos se chocam com o caráter cristão, que se concentra apenas em virtudes. - Filipenses 4:8.

"7. Mente correta - Viver na realidade e estar consciente das pessoas que o rodeiam."

Comentário cristão - Aqui, os budistas ensinam a ter consciência completa de todas as ações do corpo. Através do que falamos e fazemos, devemos levar em consideração as pessoas que nos rodeiam. Este é também um ensino bíblico. Colossenses 3:12-15 nos ensina: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos." Assim, o importar-se com os outros significa ter a mente cristã correta.

"8. Comtemplação correta - treinar a mente para libertá-la do ódio e da cobiça."

Comentário Cristão - Os budistas praticam suas meditações, para treinar sua mente. Não precisamos entrar em choque com eles sobre a forma de meditação, mas vamos compartilhar com eles como meditamos na Palavra de Deus e como isso nos é importante. "Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido." (Salmo 1:2, 3) Quem medita nos escritos da Bíblia, aprende a ser feliz. Não há lugar para o ódio vingativo (odiamos o mal por não concordar com ele; mas não nos vingamos dele). Diga aos budistas: Poderíamos meditar no seguinte texto: "Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos". (Efésios 5:3) Depois convide-o a considerar como nossa fonte de força e poder (Deus) nos capacita a evitar o ódio e a cobiça, através de outros textos bíblicos. - Provérbios 10:12; Provérbios 15:17.

Conclusão

Evidentemente, há crenças budistas que não são compatíveis com o Cristianismo. Mas é nosso dever conhecer até que ponto ambas as "fés" se convergem. Praticar isso cria laços de amizade, ingrediente imprescindível para falar do amor de Deus. Nosso caminho é Jesus Cristo. Os budstas poderão aprender este caminho através do agir do Espírito Santo de Deus. Que nossos esforços em alcançar esse povo tão rico em atos positivos sejam recompensados com novos cristãos e filhos de Deus.



Referências

O'DONNELL, Kevin. Conhecendo as Religiões do Mundo. Tradução de Andréa Ortiz.São Paulo: Editora Rosari, 2007. p. 50.


Fernando Galli
do IACS para o INPR Brasil






Revista Povos

Revista Apologética Cristã

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