A seita de Rael

A Europa é um campo fértil para o surgimento de movimentos científicos extremistas. A Seita de Rael vem sendo amplamente divulgada desde 1975, ano em que teria fundado o movimento. Seu verdadeiro nome é Claude Virillon, ex-piloto de corrida e ex-jornalista esportivo. Adotou o pseudônimo de Rael (mensageiro) após ter sido “levado” ao espaço por ETs, posteriormente identificados pelos raelianos como Elions, quando lhe teriam dado o “segredo da vida”

Rael estabeleceu uma pequena comunidade de estudos científicos na França, por volta de 1975, estendendo-se, posteriormente, para países como Bélgica e Suécia. Tempos depois teria transferido para Quebec, no Canadá, sua sede administrativa, local onde vive atualmente. A igreja foi construída à semelhança de uma nave alienígena, parecida a que teria “estado” em 1973. O movimento conta com mais de 70 mil adeptos em todo o mundo, em sua maioria jovens de classe média e alta.

Segundo Rael, a humanidade seria fruto de uma experiência alienígena, que teria estabelecido o homem na Terra por volta de 25 mil anos atrás, por meio da clonagem. Esta experiência teria sido levada a efeito por meio de um laboratório genético, devidamente criado com este propósito, que corresponderia ao local que hoje conhecemos como Jerusalém.

O projeto dos raelianos é conseguir instalar em Jerusalém uma embaixada para o retorno dos Elions, que acontecerá, segundo eles, em 2035. Por cerca de onze vezes, Rael recorreu ao governo de Israel para solicitar um espaço aéreo para o pouso e decolagem de naves.

Movimento da segunda vinda

Um dos maiores objetivos deste grupo é promover a segunda vinda de Jesus a partir da clonagem. Esse projeto teria sido divulgado originalmente pelo nome de The Secund Comic (A Segunda Vinda).

Em uma entrevista concedida ao jornal Estadão, de 27 de dezembro de 2002, Rael teria dito que a “ressurreição de Jesus deveu-se à clonagem realizada pelo supremo Eloin, e será por meio de tal procedimento que a humanidade se tornará inteiramente clonada e viverá eternamente”.

A clonagem e as Escrituras

Dois episódios nas Escrituras são tomados com frequência para fundamentar a clonagem: primeiro, a criação de Eva a partir da costela de Adão; segundo, o nascimento virginal de Jesus. Em nenhum dos casos encontramos qualquer prenúncio a favor da clonagem humana, não nos moldes como o assunto vem sendo discutido em nossos dias.

O caso de Eva é uma coisa à parte, mesmo porque não houve nas gerações seguintes qualquer cópia genética a partir de costelas, braços ou pernas. Outra coisa interessante é a escolha do sexo. Ela ocorre num período anterior à fecundação do óvulo, quando espermatozóides masculinos e femininos são separados. Mas não temos notícias de que a partir de um DNA masculino obtenha-se um feminino, salvo por uma operação divina.

Se a criação de Eva a partir da costela de Adão não serve como um tipo básico para a clonagem humana, quanto menos servira o nascimento virginal de Jesus, mesmo porque não houve uma cópia genética a partir de um embrião existente.


Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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Curso de regressão de memória em hoteis de SP

Como se não bastasse as terapias alternativas e os rituais de encontro das igrejas em células, um terapeuta de São Paulo realiza cursos de regressão de memória em hoteis do Estado. Mas não se engane: para participar dos encontros o paciente tem de desembolsar a bagatela de R$ 2.960,00. No site amadeuw.com.br, encontramos o seguinte relato:

"São 10 dias de intensas atividades terapêuticas, dinâmicas de grupo, vivências, desafios que transformam vidas... Muitos empresários, profissionais liberais e donas de casa fazem este curso, não só para trabalharem como terapeutas de regressão, mas sim, para utilizar nossas técnicas e mudar seus sentimentos, atuando em suas próprias atividades cotidianas."

Entre um dos principais objetivos do curso, segundo os organizadores, é a formação de novos psicoterapeutas. No entanto, a maior parte das pessoas que procuram a organização tem como objetivo sanar problemas familiares, emocionais e financeiros. As sessões são realizadas em grupos e conduzidas pelo terapeuta Amadeu Wolf.

De origem católica, Wolf (ao se mudar para São Paulo - é natural de Lajes, SC) decidiu seguir pelo caminho do esoterismo e espiritismo. De acordo com uma biografia do autor, divulgada em seu site, Wolf estudou na antiga e mística escola tradicional Ordem Rosa-Cruz, no Kardecismo, fez o curso de médium na Federação Espírita do Estado de SP, Reik Master, Hipnose, Psicanálise, PNL (programação neurolinguistica), reprogramação mental, umbandismo, xamanismo, Seicho-no-iê, magnetismo nas vendas etc.

Além do curso de 10 dias, Wolf também realiza cursos rápidos de 3 dias cuja programação é basicamente a mesma da extensiva. Pela temática das palestras ministradas (veja aqui), é nítida a presença de elementos da Nova Era, do espiritismo, da Confissão Positiva, do paganismo e xamanismo, do hinduísmo etc., nos encontros. Por incrível que pareça, há inúmeras igrejas evangélicas que compartilham de uma visão semelhante aos encontros de Amadeu Wolf. São as igrejas em células e/ou igrejas na visão de Bogotá. Tais igrejas, embora não simpáticas as doutrinas da teosofia e da Nova Era, fazem uso da regressão psicológica como forma de "avivar" seus membros.





Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

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Nova York: a capital mundial das religiões

Há algum tempo venho estudando o que chamo de "fenômeno religioso globalizado" ou "as religiões das cidades globais". Calma, é bem simples: há um intercâmbio interessante entre economia verso religiões nas grandes cidades mundiais. Não só Nova York, mas também São Paulo, Rio de Janeiro, Tóquio, Los Angeles, Amsterdã e nas demais 47 cidades classificadas pela ONU como "cidades globais", isso ocorre com mais ou menos intensidade.

Talvez você deverá perguntar: mas que relação existe entre religião e Financial Times? A mesma pergunta deveria ser feita aos discípulos de Escrivá de Balaquer: que importãncia tem para a fé católica um edifício no valor de 40 milhões de dólares no núcleo nervoso de Manhattan? Por que não em Nova Orleans, cidade históricamente mais carente e descriminada dos EUA?

São perguntas interessantes e que mostram a realidade em que vivem as religiões nas grandes cidades do mundo. Por incrível que pareça, muitas religiões (especialmente as mundiais) possuem uma estratégia de crescimento semelhante ao das grandes corporações. Vou explicar: é mais interessante ter um escritório em uma área valorizada de Manhattan, do que em qualquer outra região do oeste dos EUA (com excessão, é claro, da Califórnia, maior centro industrial e demográfico do país). São dois os motivos:

a) Economia. Uma empresa situada em uma área nobre tende a ser mais valorizada no mercado financeiro;

b) Imagem. Além de ser bom para as finanças, as grandes corporações ganham em visibilidade ao instalar seus escritórios em áreas nobres. O mesmo acontece com muitas religiões.

Nova York é uma cidade profundamente religiosa, com imensas mesquitas, templos, igrejas etc. Tony Carnes, autor do livro "New York Glory, Religions in the city", fez a seguinte afimação lógica. "A religião é um componente central do mundo social e cultural de Nova York". De fato, quando circulamos por Nova York nos deparamos com inúmeras catedrais e, principalmente, com sedes administrativas de inúmeras religiões. A lista é imensa, mas podemos citar algumas: Igreja da Unificação do Rev. Moo, Torre de Vigia, Opus Dei, IURD etc. Também é possível encontrar pelas ruas de NY discípulos de Dalai Lama, rastafaris, muçulmanos, sikins, judeus e inúmeros profetas da prosperidade e do apocalipse.


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é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

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Sociedade Teosófica: História e Crença

A palavra Teosofia tem origem grega e significa “sabedoria divina”, derivando-se do original “theosophia”. Aqui, o termo sabedoria é interpretado como a verdade interna, oculta e espiritual que sustenta todas as formas externas das religiões, acreditando-se que a essência do universo é espiritual. Segundo sua própria definição, é uma sociedade de pessoas de boa vontade, de todas as raças e religiões, que lutam pelas relações melhores entre os indivíduos e as nações.

Segundo J. Cabral, o teosofismo é uma ramificação do espiritismo, isto é, originou-se aí. Suas crenças satânicas remontam há séculos e são originárias do Oriente. A palavra teosofia foi usada inicialmente pelo filósofo Amônio Saccas, mestre de Plotino. Na realidade, a teosofia foi criada pelas religiões pagãs do Oriente, sendo fortemente influenciada por elas. Até mesmo os escritos de Buda exerceram certa influência sobre as doutrinas teosóficas.

Origem e história

A origem do teosofismo como o conhecemos hoje, é atribuída à senhora Helena Petrovna Blavatsky, nascida na Rússia, mas naturalizada norteamericana. Era médium espírita, e por dez anos esteve sob o domínio de um espírito demoníaco que, para engana-la, dizia chamar-se João King. Aos 17 anos, Helena casou-se com o general czarista Blavatsky, alguns anos mais velho, tendo sido abandonada por ela apenas três meses depois do casamento.

Pouco depois de abandonar o marido, viajou durante alguns anos. A princípio esteve no Cairo, capital do Egito, onde viveu com um mago muçulmano que a ensinou a consultar um livro através da clarividência. Este livro estava num mosteiro do Tibete, com o nome de Stanzas de Dzyan, e continha avançados segredos de civilizações antigas. De mulher totalmente sem cultura, tornou-se profunda conhecedora desde sânscrito até física nuclear. Blavatsky afirmava que seu conhecimento provinha do Stanzas de Dzyan. Na Índia conseguiu encontrar um exemplar do livro, mas após alguns anos começou a receber ameaças de ser castigada se divulgasse o conteúdo do mesmo. Após isso ficou doente e nos três anos seguintes fugiu de um país para outro da Europa. Em 1870 embarcou num navio para o Oriente e este explodiu por estar carregado com pólvora. Blavatsky escapou ilesa do “acidente”.

Em Londres, durante uma entrevista à imprensa, alguém atirou nela, mas ela não se feriu. Mais tarde concedeu outra entrevista à imprensa para divulgar o conteúdo do livro, mas este sumiu do cofre do hotel. A partir deste incidente, ela reconheceu que atrás de tudo isso estaria uma sociedade secreta muito poderosa.

Finalmente Blavatsky decidiu embarcar para os Estados Unidos, onde se aliou a um grupo de médiuns. Como nessa época começava a pesquisar as fraudes do espiritismo, chocada com isto, coadjuvada por outras médiuns, a senhora Blavatsky fundou em Nova Iorque em 17 de novembro de 1875 a Sociedade Teosófica.

A Sociedade Teosófica na Índia

Acompanhada do Coronel Olcoot, veterano da Guerra Civil Americana, adepto do Teosofismo, deixando os Estados Unidos, em 1882, Helena parte em direção à Índia, a fim de penetrar no conhecimento das crenças hindus e budistas. Na Índia, escolheu a cidade de Madras como sede do teosofismo. Com o falecimento de Helena, outra mulher, de nome Annie Besant (1847-1933), assumiu a liderança do teosofismo. Besant, a quem madame Blavatsky associara o destino da Sociedade, dirigiu a organização até o seu falecimento, em 1933. Assumiu a sociedade Georg Arrundale e C. Jinara Jodosa. Atualmente a sede esta localizada em Adyar, no sul da Índia.

Obras de Blavatsky

Blavatsky dirigiu a Sociedade Teosófica com mão forte até o momento de sua morte. Deixou várias obras, como “Isis Revelada” e “A Doutrina Secreta”, considerada divinamente inspirada e a “bíblia” dos teosofistas.

Objetivos

Os principais objetivos da Sociedade Teosófica são:

a) Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, classe ou cor.

b) Encorajar o estudo da religião, da Filosofia e das ciências.

c) Investigar as leis desconhecidas da natureza e os poderes latentes do homem.

Crenças

Em principio, o teosofismo é um sistema religioso completamente sincretista. Isto é, o teosofismo tem de cada religião um pouco. Desta forma, ele pretende ser a um só tempo uma religião, um sistema filosófico, e uma ciência. Pretende ser o fundamento de todos os tipos de credos e religiões.

a) Deus é tudo e tudo é Deus (panteísmo). O homem seria uma partícula da divindade embutida na matéria. Ensina também que Deus tem ainda uma quarta pessoa sendo esta feminina. Trata-se da matéria, de que se utiliza para poder manifestar-se.

b) Diz o teosofismo que cada sub-raça presta uma contribuição especial à humanidade. A contribuição da sub-raça (a 5º) é prover o homem intelectual. A da próxima sub-raça será o homem espiritual. Ao iniciar-se cada sub-raça, surge um Cristo. Noutras palavras: o Supremo Mestre do Mundo encarna em alguém. Por conseguinte, a atual raça-tronco Ariana já teve até agora cinco cristos, ou seja cinco encarnações do Supremo Mestre do Mundo, que foram:

  • Buda, na Índia (1º sub-raça)
  • Hermes, no Egito (2º Sub-raça)
  • Zoroastro, na Pérsia (3º Sub-raça)
  • Orfeu, na Grécia (4º Sub-raça)
  • Jesus, na Palestina (5º sub-raça)

c) Ensina o teosofismo que o homem tem dois corpos, sendo um natural e outro espiritual. O espiritual é constituído das mesmas pessoas da Trindade: Força, Sabedoria e Atividade. O corpo natural seria mais complicado; tem quatro partes.

  • O corpo físico, duplamente constituído. Não detalha essa duplicidade. Ensina apenas que há aqui duas partes.
  • O corpo astral, ao qual estão afetos as emoções e os desejos.
  • O corpo mental, que se ocupa do pensamento.

Para o teosofismo, o corpo mental é o mais importante dos três, pois pode habitar no mundo mental, que corresponde ao céu. O homem, através de encarnações sucessivas, volveria à imagem divina (reencarnação). Após a morte, o homem habita um período longo ou curto no céu, ao qual chamam devachan (palavra hindu), onde descansaria de seus labores. Mais cedo ou mais tarde surgiria nele o desejo de regressar à Terra, para obter mais experiência e dar cumprimento à “Lei do Carma”, por meio da qual se operaria sua salvação definitiva.

d) A Bíblia tem partes inspiradas por Deus e outras não. Alguns escritores bíblicos, segundo pregam suas doutrinas, teriam escrito por sua própria vontade.

e) A Trindade existe apenas de nomes. Deus é força, sabedoria e atividade. A soma dessas pessoas, mais a matéria, é Deus.


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O que é a Maçonaria

Segundo J. Cabral, a Maçonaria é uma sociedade secreta de fins filantrópicos, com uma filosofia religiosa semelhante ao deísmo inglês do começo do século XVIII. É lógico, entretanto, que a Maçonaria já se dividiu sobremaneira, de tal forma que não existe hoje um padrão maçom que possa ser aplicado a todas as suas divisões. Consequentemente, a definição de Maçonaria dependerá do país no qual é praticada, da filosofia própria de cada uma de suas divisões ou ainda do conceito que se lhe atribui.

Origem

Surgiu oficialmente no século XVII, quando James Anderson fundou a Grande Loja de Londres. A maioria dos maçons, porém, é de opinião que a Maçonaria deve sua origem a existência a uma confraria de pedreiros, criada por Numa, em 715 a.C. que viajava pela Europa e mais tarde construiriam basílicas. Com o passar dos tempos, porém, essa sociedade perdeu o seu caráter primitivo e muitas pessoas estranhas à arquitetura nela foram admitidas.

Em 1730 os ingleses introduziram as lojas nos Estados Unidos, onde esta concentrado o maior número de maçons do mundo (existem cerca de dezesseis mil lojas maçônicas no país). Nada menos que 14 presidentes maçons governaram os EUA.

Em seus primórdios a Maçonaria era quase um sindicato

a) Maçonaria Operativa – restringia-se apenas a artesões;
b) Maçonaria Especulativa – aberta a outros membros, como clérigos, políticos e cientistas.

No inicio do século XVIII, as reuniões da loja eram realizadas em salas particulares de uma hospedaria ou taverna, com os membros sentados em torno de uma longa mesa sobre cavalete

A Maçonaria nos bastidores da História

A presença da Maçonaria do ponto de vista histórico no cenário dos últimos séculos é um dos mais interessantes – e importantes. De maneira bastante discreta, seus membros exerceram influência relevante em vários acontecimentos na história européia. A presença maçônica pode ser notada, por exemplo, na Revolução Francesa, deflagrada no final do século XVIII. Seus “ideais” foram lemas adotados nesse episódio e mostraram que havia interesses ocultos por trás da revolução – que teve como lema os ideais “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Esses princípios também foram relevantes no processo de Independia dos Estados Unidos.

A Maçonaria também deixou sua marca de relevância na história brasileira। Entre os principais adeptos nacionais, destacamos os seguintes:

1) Joaquim José da Silva Xavier (popularmente conhecido como Tiradentes);
2) Dom Pedro I;
3) José Bonifácio de Andrada;
4) Marechal Deodoro da Fonseca;
5) Campos Salles;
6) Hermes da Fonseca;
7) Jânio da Silva Quadros;
8) Nilo Peçanha;
9) Prudente de Moraes;
10) Washington Luis;
11) Wenceslau Brás.

Religião ou entidade filantrópica?

Embora alguns maçons façam questão de afirmar que a Maçonaria não é uma religião, as mais altas autoridades maçônicas do mundo se referiram a ela como tal.

“A Maçonaria não é, pois, uma simples instituição filantrópica e social: é uma ciência, uma filosofia, um sistema moral, uma religião” (Estudos Sobre a Maçonaria Americana, Preuss, pág. 25).

“Filha da Ciência e mãe da caridade, fossem todas as instituições como tu, o Santa Maçonaria, e os povos viveriam numa idade de ouvir Satanás não teria mais o que fazer na terra e Deus teria em cada homem um eleito” (A Maçonaria do Centenário 1822-1922, Antonio Giusti, pág. 33).

“A reunião de uma Loja Maçônica é estritamente religiosas Os dogmas religiosos da Maçonaria são poucos, simples, porém fundamentais. Nenhuma Loja pode ser regularmente aberta ou encerrada sem oração”. (The Freemason’s Monito, I.S. Weed, pág. 284).

“A Maçonaria é a religião universal porque abrange todas as religiões e o será enquanto assim fizer. É por esta razão, unicamente por ela, que é universal e eterna” (Antiga Maçonaria Mística Oriental, pág. 67).

Estrutura da Maçonaria

A Maçonaria é organizada em Ritos, sendo estes divididos em graus. O Rito Escocês tem 33 graus, equivalentes aos 10 graus do Rito York. Cada grau procura ensinar uma moral. Os graus 1 a 3 são os mesmos nos dois ritos acima mencionados. Ao atingir o grau 3, o maçom tem de escolher o rito Escocês ou o York, se pretender subir a escala hierárquica. Os 33 graus do rito Escocês são conhecidos apenas por títulos.

a) Os símbolos

Esquadro – significa que o maçom deve afastar-se de tudo aquilo cujo nível esteja em desacordo com a sabedoria, força e beleza;

Nível – ensina que todos os maçons são da mesma origem, ramos de um só tronco e participantes da mesma essência;

Prumo – é o critério da retidão moral e da verdade, que ensina o maçom a marchar, desviando-se da inveja, da perversidade e da injustiça;

Delta – triângulo com um olho no centro, representa todos os atributos da divindade e fica acima do trono do Venerável Mestre, entre o sol e a lua, que representam as forças do sumo Criador.

b) O culto

O 2º Código Maçônico diz que o verdadeiro culto a Deus consiste nas boas obras. No ritual para o candidato a Mestre Maçom (grau 3), o Venerável abre e encerra o trabalho em nome de Deus e de um padroeiro, no caso, São João da Escócia.

Cerimônias fúnebres

Nos funerais há uma cerimônia na loja, sem a presença do falecido; outra em uma igreja ou residência, e outra no cemitério. Em todas elas a salvação pelas obras é enfatizada e diz-se estar o falecido passando da Loja Terrestre para a Loja Celeste, o que logicamente implica o fato de crer a Maçonaria que o seu adepto esta salvo; salvação sem Cristo e seu sangue expiador.

Abertura de uma Loja

Somente o grão-mestre – o grande líder da grande loja de uma nação – pode aceder à abertura de uma nova loja. Depois da posse do mestre da nova loja, este recebe

a) A constituição;
b) O livro da loja;
c) A jóia do cargo.

O mestre, então, escolhe dois curadores, seus oficiais subordinados.

Requisitos para ingressar na Maçonaria

a) Ser homem;
b) Ter acima de 21 anos;
c) Ser indicado por um dos membros;
d) Ter boa reputação;
e) Ser economicamente ativo.

O passo a passo da iniciação

O candidato, em linguagem maçônica denominado profano, assina uma proposta de filiação à Maçonaria. O proponente é o padrinho. Na proposta, o profano é obrigado a declarar quanto ganha mensalmente, nome, profissão, estado civil, grau de instrução, residência, procedência etc.

Recebida à proposta, três maçons são indicados pelo presidente da loja para fazer sindicância em torno da vida do profano.

O Processo de iniciação na Loja

Uma vez satisfeitas as exigências pelo pretendente a maçom, é marcada a cerimônia de iniciação do candidato. O profano começa a ser introduzido em um lugar retirado em que ele deve despojar-se de todos os objetos de metal que traga. Levam-no, sem seguida, para uma sala isolada, chamada “Câmara de Reflexão”. As paredes são completamente negras e, como decoração, apresentam esqueletos, cabeças de mortos e lágrimas como as que se veem nas cortinas funerárias. Veem-se, também, uma foice, um galo e uma ampulheta, todos de grande significado dentro da Maçonaria. Nas paredes estão gravadas reflexões solenes dentre as quais se destaca a seguinte: “Se perseveras, serás purificado pelos Elementos; sairás do abismo das trevas e verás a Luz”. O irmão que levou o neófito para a sala de reflexão, tira-lhe a venda dos olhos e diz: “Breve passareis para uma vida nova (...) Respondei por escrito às questões que vos são apresentadas e fazei o vosso testamento.

Prosseguindo a cerimônia de iniciação, o neófito é levado a despojar-se de uma parte de suas vestimentas. A perna de sua calça é erguida alto do lado direito e a meia abaixada de maneira que o joelho direito esteja descoberto. O pé esquerdo esta completamente descalço. O profano tem, novamente, os olhos vendados e é conduzido para a porta da Loja que esta fechada. Vai em busca da “luz”. Apresentam ao neófito um malhete, com o qual dá três rápidas pancadas na porta. Com as pancadas a porta se abre, mas o profano é detido pelo Guarda do Templo, que só lhe permite a entrada quando o irmão que o conduz lhe faz a apresentação: “É um profano em estado de cegueira, que deseja ser indicado nos Augustos Mistérios da Maçonaria”.

O candidato se aproxima da mesa do Venerável Mestre, que o convida a refletir novamente sobre a gravidade do passo que pretende dar, e insta para que se retire, se ainda não possui suficiente decisão; se o profano insiste em ser recebido, o Venerável Mestre ordena-lhe que se ajoelhe e pronuncia uma oração.

Os Juramentos

Segundo Raimundo F. de Oliveira, dependendo do rito no qual o neófito esta sendo iniciado (seja Escocês, Adoniramita, ou Francês), ele será levado a fazer juramentos.

Rito Escocês

O neófito tem o joelho direito em terra, os olhos vendados, a mão esquerda sobre o coração, a direita sobre a Bíblia, a espada, o compasso e a esquadria। A um golpe de malhete todos os presentes ficam em pé e o neófito repete o seguinte juramento:

“Eu, F., juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, sem constrangimento ou coação, sob minha honra e segundo os preceitos de minha religião, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus, e perante esta assembleia de maçons, solene e sinceramente jamais revelar os mistérios, símbolos ou alegorias que me forem explicados e que me forem confiados, senão a um maçom, regular ou em Loja regularmente constituída, não podendo revelá-los a prof. nem mesmo a maçons irregulares, e de nunca os escrever, gravar, bordar ou imprimir, ou empregar outro qualquer meio idêntico, pelo qual possam ser conhecidos; de cumprir todos os deveres impostos pela Maçonaria, com minha pessoa e bens: de respeitar as mulheres, filhas, mães ou irmãs de maçons; de reconhecer como de fato reconheço, por único chefe da Ordem, no Brasil, o Supr. Cons. do Gr. Or. Brasileiro, ao qual guardarei inteira e fiel obediência, bem como aos delegados e a todos os atos dele emanados direta ou indiretamente. Se eu faltar a este juramento, ainda mesmo com medo da morte, desde o momento em que cometa tal crime, seja declarado infame sacrílego para com Deus e desonrado para com os homens. Ame. – Amém. – Amém.”

Rito Adoniramita

Neste rito, no momento em que o neófito vai prestar seu juramento, o Venerável brada: - “Irmão sacrificador, apresente ao profano a taça sagrada, tão fatal aos perjuros”. O neófito bebe um gole e o Venerável dita o seguinte juramento:

“Juro guardar o silêncio mais profundo sobre todas as provas a que for exposta minha coragem। Se eu for perjuro e trair meus deveres... consinto que a doçura desta bebida se converta em amargor e o seu efeito salutar em mortal veneno”.

Rito Francês

Neste rito o neófito profere o seguinte juramento, de joelhos, por duas vezes:

“Juro e prometo sobre os estatutos gerais da Ordem e sobre esta espada, símbolo de honra, etc, etc, etc. Consinto, se eu vier a perjurar, que o pescoço me seja cortado, o coração e as entranhas arrancadas, o meu corpo queimado, reduzido a cinzas, e minhas cinzas laçadas ao vento, e que a minha memória fique em execração entre todos os maçons. O Grande Arquiteto do Universo me ajude”.

Semelhanças entre a Ordem Rosacruz e a Maçonaria

Segundo Irineu Wilges, em seu livro As religiões no mundo, existem alguns paralelos que demonstram várias semelhanças entre a Maçonaria e os rosacruzes. Ele cita alguns exemplos:

1) Têm o seu templo, ao qual às vezes chamam loja;
2) Têm os sinais de reconhecimento e palavras de passe e aperto de mão;
3) A ordem tem também diversos graus (há cerimônias especiais para entrada nesses graus);
4) Periodicamente, são solicitados relatórios sobre o bem-estar pessoal de seus membros;

Não falta também, semelhantemente a todas as fraternidades, a existência de contribuições mensais dos membros, e, além disso, há sempre uma taxa de registro – não entra quem quer, mas quem é aceito.


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