Pérola sectária: Os primeiros serão os últimos

Em Mateus 20:16, Jesus proferiu o seguinte: "Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos". Aqui trata-se do final da parábola dos trabalhadores. (Mateus 20:1-16) Certo pai de família sai de madrugada e ajusta trabalhadores por um dia, para receberem um valor X. Às nove da manhã (terceira hora), ao meio dia (sexta hora) e às 15 horas (nona hora) ajusta outros trabalhadores. E perto da noite, por volta das 17 horas (undécima hora), ajusta trabalhadores por apenas uma hora. Depois, ordena que todos recebam a mesma quantia, dos últimos contratados até aqueles primeiros. Com isso, muitos murmuram contra o pai de família por aqueles que trabalharam apenas uma única hora e receberam o mesmo que os outros que trabalharam mais. Como Allan Kardec e os espíritas aplicam essa passagem? Veja:

“Bons espíritas, meus amados, sois todos vós obreiros da última hora. [...] os trabalhadores chegados à primeira hora são os profetas, Moisés, e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso, seguidos através dos séculos pelos apóstolos, os mártires, os Pais da Igreja, os sábios, os filósofos, e, enfim, os espíritas, Estes, os últimos a virem, foram anunciados e preditos desde a aurora do Messias, e receberão a mesma recompensa.” - Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, páginas 252, 253, capítulo XX, itens 2 e 3, 304a. Edição, Editora Ide.

Resposta cristã - Todas as seitas poderiam usar essa mesma interpretação para suas prerrogativas de única igreja verdadeira. Visto que são grupos recentes, como o Espiritismo Kardecista, que surge após a morte de Allan Kardec em 1869, apregoam serem os trabalhadores da última hora. No caso do Espiritismo, que se denomina o cumprimento da vinda do Consolador, a explicação herética acima confere aos espíritas de hoje o papel de personagem central da parábola de Jesus, e como se Moisés e os primeiros cristãos fossem os resmungadores. Mas na verdade, Jesus não falava de uma seita que surgiria para negar sua morte sacrificial e ensinar uma doutrina da salvação por méritos próprios. O objetivo da parábola de Jesus era mostrar que "os que se arrependem na última hora podem ser igualadosaos que muito antes já haviam começado na bondade e no trabalho. O que importa não é o volume de trabalho, mas a sua qualidade." - LOCKYER, Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia, página 249, 250. Editora Vida. São Paulo. 2006.

Percebemos aqui também uma crítica de Jesus àqueles que, na obra de Deus, pensam no lucro, não reconhecem os direitos do patrão, Jesus, de abençoar quem e como quiser, e a inveja daqueles que pensam mais na quantidade de que na qualidade. (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Mateus. Volume 2. Página 335. Editora Cultura Cristã) Que atitude desrespeitosa daqueles murmuradores diante de um Dono da Vinha que por generosidade contrata além do que precisava, que não pagou menos do que o combinado, mas que agraciou os que estavam há mais tempo sem trabalho! De fato, "a graça de Deus não está limitada por nossos conceitos de justiça; suas dádivas são muito além daquilo que merecemos." (CARSON, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova. Página 1398. Editora Vida Nova. 2009.) A graça de Deus viu-se demonstrada no caso do malfeitor, ao lado de Jesus, que nos últimos minutos, por demonstrar fé em Jesus, recebeu a promessa de estar, naquele mesmo dia, com Ele no paraíso, sem precisar reencarnar centenas ou milhares de vezes, para pagar por seus crimes antes da cruz. Jesus pagou por ele, que trabalhou pouco, mas com qualidade. - Lucas 23:39-46.

Pobre daqueles que se acham os últimos - os espíritas - que se acham ser merecedores do salário divino, mas motivados pela crença de que percorrerão muitas vidas, mundos, até se tornarem puros - recompensa demorada! No caso destes, seu patrão nem lhes é salvador, nem gracioso, pois muito trabalho ainda lhes dará, em muitos sofrimentos, sem um resgatador, até que possam se livrar de suas supostas e tão necessárias reencarnações. Os cristãos, em vez disso, são alvos da graça de Deus. Trabalhamos por estarmos certos e agradecidos da recompensa, maior do que imaginávamos, cem vezes mais, já no presente, e no mundo porvir, com vida eterna. (Mateus 19:28, 29; Marcos 10:29, 30).




por Fernando Galli
do IACS para o INPR Brasil






Neopentecostalismo Cartoon (I)

O movimento neopentecostal tem produzido uma caricatura mal acabada da essência do cristianismo bíblico. Normalmente aqueles que não são cristãos acabam colocando no mesmo saco os crentes bíblicos e os filhos das heréticas correntes neopentecostais.

A enxurrada de modas, invencionices e mesmo blasfêmias preocupa aqueles que têm buscado uma vivência cristã livre desse misticismo bizarro, onde a cruz é esquecida, a graça é pisada e as práticas egocêntricas são incentivadas.

Nessa pequena série de textos vamos mostrar uma análise diferenciada de como o movimento neopentecostal é defeituoso em essência e que precisa ser combatido doutrinariamente.

O meio para tal análise é através de algo comum à vida das pessoas: desenhos animados! Mas calma, não será nada relacionado ao frenesi das mensagens subliminares ou daqueles fanáticos caça-demônios. Quem tem filho pequeno em casa deve ter experiência semelhante à minha, onde os pimpolhos gostam mesmo é de ver animações na TV.

Nessa ida e vinda de desenhos atuais que tenho visto, e me lembrando dos antigos que já vi, notei que algumas nuances dessas animações são muito particulares a algumas práticas neopentecostais.

A Fuga das Galinhas

A Fuga das Galinhas é uma animação britânica produzida no ano 2000, dirigida por Peter Lord e Nick Park. O cenário é uma granja de galinhas, retratado na década de 50 na Inglaterra, onde as ditas tentam a todo custo escapar da rotina diária da produção de ovos ou – no extremo – da degola em caso de déficit produtivo. A líder do bando é a simpática Ginger, uma galinha que sonha com algo melhor para suas amigas.

Após muitas e muitas tentativas frustradas, eis que Rocky, “O Galo Voador”, surge miraculosamente na vida das galinhas e tentará ensiná-las a voar. A divertida animação continua e algo em particular me chamou a atenção em dado momento.

Os donos da granja compram uma máquina para produzir tortas de galinha, e ao aumentar a porção de ração para engorda dos bichos, Ginger, esperta como só, alerta a todas as galinhas que o intuito dos granjeiros nada mais é que engordá-las para matar a todas para a produção de tortas.

Eis que o espertalhão Rocky entra na cena e interrompe a conversa. O diálogo fica assim:

Rocky: - Você deve pegar mais leve. Saiba que na América temos uma regra, se você quer motivar alguém, não fale em morte!
Ginger: - Engraçado, pois aqui a regra é: fale a verdade sempre!

Rocky: - Ah, e isso dá ótimos resultados, né? Eu te dou um conselhinho, se quer resultado, diga o que elas querem ouvir.

Ginger: - Ou seja, minta!

Rocky - Ah pronto, começou de novo! Sabe qual é o seu problema? Você complica!

Ginger: - Por quê? Por que eu sou honesta? Eu me preocupo com elas...

Em síntese, omita a verdade e fale apenas aquilo que a platéia quer ouvir.

A declaração do galo Rocky faz lembrar o modus operanti da maioria dos pregadores neopentecostais e outros moderninhos que esqueceram a cruz: esconda a verdade, esconda a morte, fale aquilo que a platéia quer ouvir, e não o que deve ouvir. Lustre os ouvidos ávidos em um evangelho falso.

Que o relativismo é um elemento presente no meio secular, não é novidade, mas quando isso se infiltra no meio “chamado evangélico”, temos um trágico cenário formado, onde Cristo que é o Principal fica afastado. Eis o motivo da preocupação citada no início deste texto.

Pra que se falar em morte, em cruz, em eternidade, quando o povo quer ouvir sobre vitória, conquista, bem estar, chuva de prosperidade neste tempo, neste século?

Morte? Verdade? Acaso esses elementos estão presentes no movimento neopentecostal?

Interessante é que os vendilhões dos dias de hoje fazem como o galo Rocky, mentem para o povo de modo gritante e ainda acusam os poucos que não se prostraram diante do bezerro da prosperidade de “complicadores”. Me sinto com a Ginger, querendo alertar amigos e irmãos sobre o perigo que correm, mas sendo sempre considerado um “complicador”... ajuda-nos Senhor!

Os galos de plantão, relativistas que são, fogem da verdade e vendem fábulas ao povo. Não anunciam a morte do Cordeiro e muito menos Sua ressurreição, que dirá então de Sua volta! (2Tm 4.3-4).

“Facilitadores” que são (pois na complicam as coisas), falam apenas em dádivas, e nunca na cruz que deve ser carregada (Mt 10.38).

E por fim, como não são honestos, preferem tão somente o a falsa piedade para alcançar o mero lucro (1Tm 6.5).

Sejamos sóbrios e vivamos longe desses pregadores “Galo Rocky” (que mais são lobos que qualquer outra coisa). Uma mera religião sem morte, que não fala sobre a Verdade, que fica polindo ouvidos “com aquilo que as pessoas querem ouvir” e preocupado com resultados rasos, que mente, que não é honesto e não se preocupa com as pessoas, nem de longe é cristianismo. Vigiai!


Toda honra e glória ao Senhor!



por João Rodrigo Weronka
do NAPEC para o INPR Brasil



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