Neopentecostalismo Cartoon (II)

No primeiro texto falei sobre algumas coisas e as relacionei diretamente ao movimento Neopentecostal, o que gerou alguns comentários de amigos.

É preciso deixar claro que não estou “combatendo por combater”. A proposta é expor em cinco textos alguns dos pontos mais falhos do movimento Neopentecostal, para dedicar o sexto texto para uma exposição diferenciada, embora todos os artigos não sejam apenas exposições de feridas, mas em caráter apologético, apontam para um caminho bíblico ortodoxo.

É preciso ressaltar que tais problemas não se restringem apenas ao movimento Neopentecostal, mas que se infiltraram nas diversas tradições, embora esteja muito mais evidente no segmento Neopentecostal.

Entretanto, fica claro que não cabe um pragmatismo raso nesta questão, já que é impossível tentar relacionar um movimento que dá mais ênfase a curas, dinheiro, soluções imediatistas, egocentrismo, hedonismo, materialismo, demônios e sacrifícios humanos com o cristianismo bíblico, e é isso que combato. Não é por acaso que recentemente uma denominação tradicional passou a considerar algumas Igrejas Neopentecostais como seitas.

Os que defendem esse modelo pragmático do Neopentecostalismo se assemelham àqueles que votam em políticos corruptos com base na falsa premissa: “Esse rouba, mas faz!”.

Explicado isso, vamos adiante! Neste texto, falarei sobre um assunto muito interessante: vamos conquistar o mundo!

A analogia da vez é com a série de desenhos “Pink e o Cérebro”

Pink e o Cérebro

Quem não se lembra dessas duas figuras? Pink e o Cérebro são dois ratinhos brancos de laboratório que tramam os mais loucos planos para dominar o mundo, embora nunca exponha os motivos para tal empreitada esdrúxula.

Criada por Tom Ruegger e Steven Spielberg, a transmissão original se deu ao final da década de 90. A marca desta série é sem dúvida alguma o a expressão presente no início e final de cada episódio:

Pink: - Cérebro, o que faremos amanhã à noite?

Cérebro: - A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pink! Tentar conquistar o mundo!

Analisando essas figuras, temos mais um cenário Neopentecostal.

Pink, o rato mais alto, é magricelo, com dentes tortos e saltados e com atitudes infantis, de modo tão exagerado que beira o cúmulo da ignorância. É peça nas mãos de Cérebro, mas sempre comete besteiras agudas que estragam seus planos mirabolantes. As besteiras de Pink normalmente deixam Cérebro nervoso, mas ainda assim Pink o considera como um grande amigo.

Cérebro, o rato mais baixo, tem uma enorme cabeça, evidenciando sua grande massa cinzenta. Cobiçoso que é, vive tramando planos de conquista. Normalmente seus planos acabam por água abaixo, recheados com mancadas do Pink.

Mas e aí? Onde entram as esquisitices Neopentecostais?

Vou relacionar três delas:

a. Modelos de crescimento exponenciais: para muitos, falar a palavra discipulado é motivo de pânico. Quem quer que tenha participado desses movimentos (ou participa) deve ter ouvido algum líder berrando: “Eu vejo multidões atrás de você!”; “Deus te chamou para conquistar as nações!”; “Estamos no tempo da colheita, e essa é a visão!”; “Eu estou na visão!”; e por aí vai. Até 5 anos atrás, quem não tinha adotado algum movimento de crescimento estava por fora. Era só mais um cristão antigo, que não tinha captado a estratégia de conquista.

Vale o adendo: eu conheço pessoas que filtraram os ensinos desses movimentos e, ao trabalhar com grupos de edificação e crescimento espiritual tiveram resultados positivos. Mas estou aqui tratando das esquisitices destes movimentos que, sejamos francos, causaram muito mais feridas que qualquer outra coisa. Poucos são os que tiverem respeito suficiente pelas pessoas para que tais se tornassem verdadeiros cristãos. A maioria usou dos métodos como instrumento de domínio.

Assim como Cérebro, os líderes viviam forçando seus “Pinks” a “conquistar o mundo”. Forçando multiplicações celulares, impondo sua ideologia e, assim como Cérebro, sua cobiça sem fim, afinal, para tais homens, igreja cheia é sinal de sucesso (para eles, sucesso financeiro principalmente).

Eu fui “Pink” por muito tempo e falo com propriedade. Hoje, nenhum Cérebro me domina, a não ser Cristo, cabeça da igreja.

b. Atos Proféticos: conquista de cidades, estados e nações: é duro saber que ainda nos dias de hoje essa prática perdura. Muitos crentes ainda vivem debaixo de ensinos mágico-gospel liberando sua voz profética determinando um sem fim de vitórias. Como um abracadabra, querem “conquistar o mundo” na marra.

A cidade onde moro, São José dos Pinhais – PR, viu nos últimos anos um sem fim de entregas das “chaves da cidade para Jesus”. Foram tantas e tantas chaves passadas por políticos que, brincadeiras a parte, deu para montar um belo molho de chaves para Jesus. Nada mais que misticismo travestido de cristianismo.

Você deve ter visto em sua cidade tal cena também. Nessa ânsia de encher templos e bolsos, muitos desses “Cérebros” tem feito uso de um sem número de “Pinks” para poder “conquistar o mundo”. O problema dessa dominação acaba desdobrando-se em outros níveis da vida dos crentes, onde o líder é o guru exclusivo para assuntos aleatórios.

c. Sacerdócio: é fato, a maioria das pessoas que hoje entram numa igreja vêem em seu líder um ser místico e mágico-religioso, ou um pai, ou o melhor amigo, etc. Muitos acabam por se submeter a regimes paramilitares-eclesiásticos. Nesses regimes, o Cérebro é o referencial para tudo, e Pink fica a mercê de seus mandos e desmandos.

Tenho uma pessoa próxima que esteve por anos numa denominação pentecostal histórica. Hoje ele faz parte de uma denominação Neopentecostal da onda neoapostólica, e segundo ele está com todos os dias da semana “dedicados à obra”. Como ele mesmo me disse: “fora do trabalho, não me sobra tempo pra mais nada”. Me pergunto o que é isso?! A família, os relacionamentos, a própria vida com Deus é substituída pelo ministério, pelas funções, pelos cargos e afins.

O sacerdote Cérebro é inquestionável, ele é a voz de Deus e ai se Pink questionar seus mandos, é um rebelde! Cérebro manda: “Pink, devemos estar aqui, totalmente dedicados para conquistar esse mundo!”.

Vi um Cérebro desses no meu passado. O controle era tanto que até relatório financeiro era solicitado. Era preciso prestar contas do que era feito com o salário. Enfim, uma fanfarra gospel para que pudéssemos “conquistar o mundo”.

Voltemos ao Evangelho

Como não ser um Pink nas mãos de um Cérebro nesses dias tão fragmentados?Voltemos ao Evangelho.

A dedicação ao estudo da Palavra, o uso da racionalidade diante de cenários tão bizarros e o entendimento que diante de Deus existe o sacerdócio universal dos santos, nos fará uma igreja mais próxima dos moldes gentílicos tão explícitos no Novo Testamento.

Amigo leitor, sugiro de imediato uma atitude para entendimento mais amplo do que é ser igreja: leia o Novo Testamento e faça um estudo mais enfático nas cartas do apóstolo Paulo. Peça ajuda ao professor de Escola Bíblia (sim, em alguns locais elas ainda existem!) de sua igreja para trabalhar com esse estudo. Compre um bom comentário bíblico e mãos à obra!

Estamos na Nova Aliança pelo Sangue de Cristo, espargido no Calvário, portanto, vivamos nela!
Toda honra e glória ao Senhor!



por João Rodrigo Weronka

É mais difícil evangelizar ateus?

Em primeiro lugar, quero pedir desculpas aos ateus quando um cristão afirma que tem provas científicas da existência de Deus. São geralmente cristãos mal informados. Não existem provas científicas de que Deus exista. E se existissem, teríamos que determinar qual Deus existe: Jeová, Alá, Buda, etc.. Provaríamos isso cientificamente? Jamais! Da mesma forma, os ateus não têm como provar cientificamente que Deus não existe. No máximo, poderiam afirmar: "Até agora, se existe, Ele não se revelou com provas científicas para nós." Calma! Não se assuste, meu caro leitor! Provas científicas são aquelas que podem ser constatadas em laboratório, inclusive serem reproduzidas e visualizadas. Mas Deus é espírito. (João 4:24)

Não podemos colocar Deus num laboratório, e nem poderemos, pois se o fizéssemos, tornaríamos a existência de Deus e nossa fé nEle dependentes dessa prova. E um Deus que depende de provas científicas, materiais, para ser crido, é inferior a essa prova. Deus não precisa disso. Assisti a uma palestra do irmão em Cristo, Augustus Nicodemos, sobre Criacionismo ou Evolucionismo, e dele ouvi as seguintes palavras, aqui parafraseadas: "A briga sobre a existância de Deus não é no campo da ciência, e sim da fé. Assim como os evolucionistas ateus têm fé em que Deus não existe e na teoria da evolução, assim também temos fé em que Deus existe e criou todas as coisas". Sim, tudo é uma questão de fé. Todavia, a fé que os evolucionistas depositam em suas teorias e suposições carece de muitas provas, do contrário não seria teoria. E tais provas precisam ser visíveis, cientificamente palpáveis. Nossa fé em Deus vem do próprio Deus. (Lucas 17:5)

Mas se não há, para os cristãos, provas científicas sobre a existência de Deus, o que nos faz crer nEle? Ele! Fomos eleitos desde a fundação do mundo! (Efésios 1:3, 4) Não me pergunte por que muitos não foram. Não sou Deus para responder. Assim, quando abordamos ateus, com seus inúmeros questionamentos, simplesmente digo a eles: 'Queridos, Deus um dia se revelará a vocês, não de uma forma científica, mas espiritual. Isso ocorrerá, ou antes da morte de vocês, ou depois'. Evidentemente, vou argumentar que "cada casa é construída por alguém, mas Deus construiu tudo" (Hebreus 3:4), todavia os ateus têm outros pressupostos - tudo veio do acaso. Daí, direi: 'Mas o acaso não pode construir algo, pois para ele ocorrer, alguma ação deve ter originado tal acaso. Por exemplo, se por acaso eu encontrar uma carteira no chão, alguém deixou-a cair ali'. Mas os ateus dirão: 'Um acaso gera outro, e o começo disso não se sabe'.

E aonde chegaremos nesse debate? A lugar nenhum. Mas de qualquer forma, devemos pregar Cristo a eles, pois no final, eles serão indesculpáveis perante Deus. Queria que o meus leitores refletissem no seguinte: O Espírito Santo convence o pecador do pecado. Então, Ele convence o ateu de seu pecado também. Mas o Espírito Santo é Todo-Poderoso, e eu não consigo imaginar o Todo-Poderoso Espírito Santo não conseguindo convencer o pecador, mas posso entender que aqueles que não hão de ser salvos jamais receberão essa graça de serem convencidos. Não me entra na cabeça o Espírito Santo tentar convencer quem ele já sabe que não será convencido, ou não ser bem-sucedido em convercer meros humanos infintamente inferiores. Eles apenas terão a oportunidade de ouvir o evangelho através de nós, que não somos Todo-Poderosos, para dizerem NÃO ao evangelho!

Querido leitor, Deus não falha em convencer, nem lhe falta poder para isso. Tanto que muitos ateus foram convertidos a Jesus, não porque quiseram, mas porque o Espírito Santo lhes convenceu de forma irresistível, inquestionável. Imagine isto: Jesus pregou a muitos. Eles não foram convencidos pelo Espírito Santo, ou o Espírito Santo não tentou convencê-los, porque primeiro já sabia que não se converteriam, e segundo, não haviam sido escolhidos desde a fundação do mundo? Creia: Você (cristão salvo) e eu fomos eleitos desde afundação do mundo. Muitos ateus, não. Então, é mais difícil evangelizar ateus? Sim e não. Sim porque os argumentos deles fogem da questão fé, Bíblia, e se concentram na ciência, nas provas, e como não estamos preparado para tais argumentos, nem conhecemos ciência como muitos ateus, torna-se realmente difícil o diálogo; E não, porque também há muitos que creem em Deus e jamais serão convertidos também. Façamos nosso evangelismo de forma cabal.

Os ateus são insensatos por afirmarem "Nâo há Deus" (Salmo 14:1), mas são alvos do nosso amor. Cem por cento dos ateus que hão de ser salvos serão convencidos pelo Espírito Santo. E cem por cento dos que não foram eleitos desde a fundação do mundo, ateus e religiosos, irão para o inferno. E se você é ateu e está lendo essa matéria, e achou Deus injusto, acho bom você rever seus conceitos se realmente você é ateu. Afinal de contas, chamar quem não existe de injusto não é nada científico! Observação: Se você é apologista e acha heresia eu ser calvinista, seja macho e publique em seu site que você acha heresia o calvinismo e, inclusive, não dê palestras em igrejas calvinistas, se beneficiando do dim-dim de quem você acha herege. Quanto a mim, não acho heresia e nem pecado o arminisnismo (ateísmo é pecado), mas acho uma infantilidade espiritual de quem foi eleito e salvo antes da fundação do mundo, mas não cresceu suficiente na fé, a ponto de entender a tão maravilhosa graça irresistível de Deus. De qualquer forma, ver-nos-emos no céu. Mas os ateus que não forem convertidos até sua morte, sinto muito.




por Fernando Galli
do IACS para o INPR Brasil







O falso Deus da Superinteressante

Revistas brasileiras tidas como cientificas às vezes se arriscam em falar sobre assuntos que desconhecem, tais como religião, Deus, Bíblia e Cristianismo. Não é preciso dizer que é um desastre total a intenção destes periódicos quando tratam de um assunto que desconhecem. A revista evolucionista chamada Superinteressante às vezes se torna desinteressante quando trata de assuntos religiosos. Na edição de novembro de 2010 o texto é bem abrupto, e escrito por pessoas que aparentemente desconhecem a Teologia Clássica, e transmitem ideias que mais parecem escritos ateístas.

O titulo proposto pela revista "Deus, uma biografia" é um assunto que deveria ter sido escrito por pessoas conhecedoras da teologia judaica e cristã, para apresentarem o assunto (Deus) de uma maneira mais adequada. Entretanto não é o que vemos nesta edição da Superinteressante. Os autores, José Lopes e Alexandre Versignassi tecem o texto com inúmeras piadas e conjecturas, e chegam a dizer que “Os deuses nasceram do pôquer...” (pág. 60). Dizem que através de seus estudos descobriram que o Deus da Bíblia foi casado, e que sofreu um divorcio litigioso, que era vingativo, ambicioso e que conseguiu se destacar entre os deuses usando o engano e que ao amadurecer se tornou menos falível. No final de seu texto declaram que: “... A saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência” (pg 67). Uma conclusão que faria Richard Darwins lutar de alegria, afinal é o tipo de ironia que fazem os ateus de nosso século.

Na narrativa dos autores a evolução logicamente está presente, e explicações de antropólogos famosos são citações, para eles, de peso. Afirmam que na historia de nossa evolução deixamos de adorar deuses com formas de animais e que progredimos com a cultura grega. Estão corretos em algumas de suas afirmações, dentre elas, quando dizem que os gregos adoravam deuses que personificavam as forças da natureza. Os autores exploram a semântica e certos nomes como Teiman e Paran, assim como Yamm e Mot, e em um jogo de palavras; passam a impressão de erudição. Toda a reportagem é epigramática e o Deus da Bíblia é apresentado como um mito que se desenvolveu entre a humanidade.

A interpretação que apresentam do salmo 82 é cômica e parece ter sido interpretada por teólogos mórmons. Fazem uso indevido do texto bíblico e são factóides em suas afirmações. O salmo 82 para eles é “uma espécie de Câmara dos Deputados dos deuses, na qual eles se reúnem para discutir assuntos importantes...” (pág. 64). Afirmam ainda que, em um período da historia Javé impôs sua vontade perante os deuses cananeus. Entretanto, o texto em pauta não tem a ver com reuniões de deuses no céu, ao contrário, esta passagem é uma poesia onde Asafe expõe a ironia de Javé sobre os juízes judaicos daquela época. Aqueles juízes estavam debaixo do julgamento de Javé, é como se Deus afirmasse: “Vocês pensam que são deuses, entretanto como homens vocês morrerão”. Um julgamento justo sobre juízes que acreditavam que Javé nunca os puniria por seus erros, e mesmo que fossem tratados pelo povo como deuses, Javé estava alertando-os, “como homens vocês morreram”.

Os autores da Superinteressante foram infelizes ao tentarem interpretar um texto da Bíblia que desconhecem; deveriam sempre, em suas pesquisas, consultar ambas as partes, os teólogos clássicos e os estudiosos seculares, mas como não o fazem, trazem esta desinformação a um publico que em sua maioria desconhece a Bíblia. Os autores finalizam sua reportagem afirmando que “... a saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência. Neste aspecto, continuamos tão perdidos quanto os antigos que não sabiam por que o trovão trovejava ou o que as estrelas faziam pregadas no céu. Ainda não sabemos por que estamos aqui. E a única certeza é que vamos continuar buscando respostas. Seja o que Deus quiser”.




por Marcos Lopes
da SOPC para o INPR Brasil






Revista Povos

Revista Apologética Cristã

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O Brasil será uma nação evangélica?

 

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