A notícia que iremos apresentar a seguir é o começo de uma análise da vida religiosa do povo europeu, de maioria católica. Essa análise faz parte das pesquisas que o INPR vem desenvolvendo nos últimos anos, colhendo dados e informações importantes sobre o avanço das religiões no mundo. Sempre que estudarmos determinado grupo religioso, temos de nos ater a cinco aspectos básicos (1) origem; (2) organização; (3) estatísticas; (4) doutrina; (5) estratégias de crescimento. Neste artigo iremos conhecer um pouco a religião que, embora em pequeno número, tem despertado a atenção da mídia polonesa.
Terra natal do papa João Paulo II, a Polônia é um dos países com maior número de católicos da Europa (35 milhões), sendo seguida pela Igreja Ortodoxa Autocéfala Polaca (550 mil membros) e o Protestantismo (102 mil). Do total de protestantes na Polônia, 85 mil pertencem a Igreja Luterana (de Augsburgo) e apenas 17 mil são membros de igrejas pentecostais. No geral, o goveno polonês reconhece apenas 138 igrejas e grupos religiosos oficialmente registrados.
Mesmo sendo um país de maioria católica, alguns comerciantes do setor de roupas e sapatos somente contratam testemunhas-de-Jeová para comporem seus quadros. A razão, segundo eles, é que as testemunhas-de-Jeová são pessoas honestas. Isso tem gerado uma série de denúncias por parte da população polonesa, que acusam os comerciantes de descriminação religiosa. Há em torno de 130 mil adeptos da Torre de Vigia na Polônia, quase oito vezes mais que o número de pentecostais.
Coincidência ou não, uma empresa de Rosário, 300 quilômetros ao norte de Buenos Aires, Argentina, também surpreendeu o país ao publicar recentemente um anúncio disponibilizando vagas de emprego para testemunhas-de-Jeová. A desculpa é a mesma dos comerciantes poloneses: são pessoas "honestas". “A verdade é que eles são pessoas de confiança, honestos...", disse Cristian Fernandez, diretor da empresa, especializada na venda de materiais para a indústria da construção. O anúncio foi publicado no jornal La Capital e cujos pré-requisitos para contratação era “um elevado nível ético e Testemunha de Jeová.” Tal como na Polônia, as testemunhas-de-Jeová são poucas (60 mil) comparadas aos católicos (que representam 92%,1 do total da população argentina).
Sem querer entrar no mérito da questão nem puxar a sardinha de ninguém, a verdade é que perante a lei todos somos iguais. Sei perfeitamente que muitas testemunhas-de-Jeová são pessoas honestas, mas a lei trabalhista deve ser igual para todos. Infelizmente no Brasil existe algo semelhante: parlamentares abarrotam seus gabinetes e cargos de confiança com crentes das mais diversas denominações, especialmente se estes forem parentes ou amigos de pastores. Um mau exemplo.
Johnny Bernardo
do INPR Brasil