O falso Deus da Superinteressante

Revistas brasileiras tidas como cientificas às vezes se arriscam em falar sobre assuntos que desconhecem, tais como religião, Deus, Bíblia e Cristianismo. Não é preciso dizer que é um desastre total a intenção destes periódicos quando tratam de um assunto que desconhecem. A revista evolucionista chamada Superinteressante às vezes se torna desinteressante quando trata de assuntos religiosos. Na edição de novembro de 2010 o texto é bem abrupto, e escrito por pessoas que aparentemente desconhecem a Teologia Clássica, e transmitem ideias que mais parecem escritos ateístas.

O titulo proposto pela revista "Deus, uma biografia" é um assunto que deveria ter sido escrito por pessoas conhecedoras da teologia judaica e cristã, para apresentarem o assunto (Deus) de uma maneira mais adequada. Entretanto não é o que vemos nesta edição da Superinteressante. Os autores, José Lopes e Alexandre Versignassi tecem o texto com inúmeras piadas e conjecturas, e chegam a dizer que “Os deuses nasceram do pôquer...” (pág. 60). Dizem que através de seus estudos descobriram que o Deus da Bíblia foi casado, e que sofreu um divorcio litigioso, que era vingativo, ambicioso e que conseguiu se destacar entre os deuses usando o engano e que ao amadurecer se tornou menos falível. No final de seu texto declaram que: “... A saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência” (pg 67). Uma conclusão que faria Richard Darwins lutar de alegria, afinal é o tipo de ironia que fazem os ateus de nosso século.

Na narrativa dos autores a evolução logicamente está presente, e explicações de antropólogos famosos são citações, para eles, de peso. Afirmam que na historia de nossa evolução deixamos de adorar deuses com formas de animais e que progredimos com a cultura grega. Estão corretos em algumas de suas afirmações, dentre elas, quando dizem que os gregos adoravam deuses que personificavam as forças da natureza. Os autores exploram a semântica e certos nomes como Teiman e Paran, assim como Yamm e Mot, e em um jogo de palavras; passam a impressão de erudição. Toda a reportagem é epigramática e o Deus da Bíblia é apresentado como um mito que se desenvolveu entre a humanidade.

A interpretação que apresentam do salmo 82 é cômica e parece ter sido interpretada por teólogos mórmons. Fazem uso indevido do texto bíblico e são factóides em suas afirmações. O salmo 82 para eles é “uma espécie de Câmara dos Deputados dos deuses, na qual eles se reúnem para discutir assuntos importantes...” (pág. 64). Afirmam ainda que, em um período da historia Javé impôs sua vontade perante os deuses cananeus. Entretanto, o texto em pauta não tem a ver com reuniões de deuses no céu, ao contrário, esta passagem é uma poesia onde Asafe expõe a ironia de Javé sobre os juízes judaicos daquela época. Aqueles juízes estavam debaixo do julgamento de Javé, é como se Deus afirmasse: “Vocês pensam que são deuses, entretanto como homens vocês morrerão”. Um julgamento justo sobre juízes que acreditavam que Javé nunca os puniria por seus erros, e mesmo que fossem tratados pelo povo como deuses, Javé estava alertando-os, “como homens vocês morreram”.

Os autores da Superinteressante foram infelizes ao tentarem interpretar um texto da Bíblia que desconhecem; deveriam sempre, em suas pesquisas, consultar ambas as partes, os teólogos clássicos e os estudiosos seculares, mas como não o fazem, trazem esta desinformação a um publico que em sua maioria desconhece a Bíblia. Os autores finalizam sua reportagem afirmando que “... a saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência. Neste aspecto, continuamos tão perdidos quanto os antigos que não sabiam por que o trovão trovejava ou o que as estrelas faziam pregadas no céu. Ainda não sabemos por que estamos aqui. E a única certeza é que vamos continuar buscando respostas. Seja o que Deus quiser”.




por Marcos Lopes
da SOPC para o INPR Brasil






3 comentários:

José Kellison disse...

Agora me diga: se a biblia sofreu modificações durante os seculos, entre traduções e adaptações de linguagens, e que é o conjunto d elivros escritos por personagens seculares (os quais escreviam de acordo com a sua visão do mundo), QUEM estaria correto em interpretar a biblia, cujo livro dispõe de interpretações que se diferenciam de cabeça pra cabeça ???

Unknown disse...

É uma questão de fé.
Se acredito que Deus abriu o mar vermelho em dois não tenho dificuldade de acreditar que ele acompanhou todo o processo de escrita da Bíblia, incluindo sua canonização.
Já li a bíblia 4 vezes e estou indo pra quinta vez. Cada vez que a leio percebo que ela não se vale de mera interpretação humana, pois segue uma linha conexa que quando inflingida é percebida, principalmente pelos que crêem nela. Mas como você deve não partilhar dessa crença, eis a resposta para sua pergunta:

quem estaria correto para interpretar a bíblia seria AQUELE QUE INTERPRETA DENTRO DA BÍBLIA.
Vamos para um exemplo simples: se eu pegar o trecho de Paulo separadamente "posso tudo naquele que me fortalece"(filipenses 4.13)
e usa-lo para justificar um furto, segundo a minha "interpretação", estarei errada, pois vai contra o versículo "aquele que furtava não furte mais"(Efésio 4.28)

Unknown disse...

José Kellison
É uma questão de fé.
Se acredito que Deus abriu o mar vermelho em dois não tenho dificuldade de acreditar que ele acompanhou todo o processo de escrita da Bíblia, incluindo sua canonização.
Já li a bíblia 4 vezes e estou indo pra quinta vez. Cada vez que a leio percebo que ela não se vale de mera interpretação humana, pois segue uma linha conexa que quando inflingida é percebida, principalmente pelos que crêem nela. Mas como você deve não partilhar dessa crença, eis a resposta para sua pergunta:

quem estaria correto para interpretar a bíblia seria AQUELE QUE INTERPRETA DENTRO DA BÍBLIA.
Vamos para um exemplo simples: se eu pegar o trecho de Paulo separadamente "posso tudo naquele que me fortalece"(filipenses 4.13)
e usa-lo para justificar um furto, segundo a minha "interpretação", estarei errada, pois vai contra o versículo "aquele que furtava não furte mais"(Efésio 4.28

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