A verdade sobre Chico Xavier


Natural de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Chavier (1910 – 2002), conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer a função de médium espírita psicógrafo aos 17 anos de idade. É autor de mais de 400 livros, além de inúmeros bilhetes e breves mensagens. A Federação Espírita Brasileira (FEB) apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas consequências práticas dessas viagens foi a fundação do “Christian Spirit Center”, em Ellon College, Carolina do Norte (EUA).

A Trajetória de um louco

Marcel Souto maior relata que quando começou a ter as primeiras visões, ainda criança, Chico passou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo. Só sua mãe o entendia, mas morreu cedo, quando Chico tinha apenas 5 anos. Logo depois da morte, ele começou a ver – e ouvir – o espírito da mãe no quintal da madrinha. Era com ela ( o espírito) que Chico desabafava. [1]

O próprio Chico confessou mais tarde com relação a sua iniciação mediúnica:

"Meu pai queria me internar em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões; naquela época me visitavam também entidades estranhas perturbadoras." [2]

Que entidades estranhas eram essas que visitavam Chico Xavier? Certamente eram os mesmos demônios que o acompanharam durante toda sua vida, e através dos quais ele foi iniciado no espiritismo. Os espíritos que Chico supostamente dizia ver e ouvir, eram na verdade demônios que assumiam a forma de pessoas mortas. Não é de estranhar, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Cor. 11.14).

O Cruzeiro

Quando começou a ganhar fama nacional, lá pelos anos de 1940, Chico Xavier foi procurado por um dos repórteres mais implacáveis da época, David Nasser, da revista “O Cruzeiro”. Cansado de ser alvo da desconfiança e da curiosidade dos repórteres, Chico tentou escapar a todo custo, mas foi vencido por um artifício usado por Nasser. O repórter enrolou a língua, começou a falar um francês arrastado e, com a ajuda de seu fotógrafo estrangeiro, Jean Manzon, convenceu Chico de que eles tinham vindo de muito longe, de Paris, só para entrevistá-lo.

Chico decidiu então dar a primeira entrevista internacional de sua vida e foi além. Reclamou do assédio da imprensa e dos visitantes, e pousou para fotos nas situações mais extravagantes. Até dentro de uma banheira ele apareceu em fotos de página inteira na revista “O Cruzeiro”.

Quando a edição chegou às suas mãos, Chico desabou. No meio da crise e do choro, viu seu guia, Emanuel, surgir no quarto:

- Por que você está chorando?- Por quê? É muita humilhação, um vexame..Emanuel encerrou a choradeira com um trocadilho:- Jesus foi para a cruz. Você foi só para Cruzeiro. [3]

Chico foi uma fraude do começo ao fim. Ser entrevistado por um repórter francês seria uma oportunidade unica. A França é o berço do espiritismo moderno, onde Allan Kardec publicou seus primeiros escritos e a partir de onde o espiritismo se alastrou pelo mundo. Ter uma entrevista publicada em Paris seria bom para sua imagem: ele deixaria de ser alvo de críticas no Brasil, e seria reconhecido como médium e santo. Mas no lugar da honra, veio a desonra. O Brasil foi inundado por uma edição da revista “O Cruzeiro”, que trazia estampada na capa uma foto de Chico Xavier dentro de uma banheira numa posição extravagante. Para quem não sabe, Chico Xavier era homossexual e adorava pousar para fotos. Uma atitude estranha para alguém que dizia ser “iluminado pelas forças lá do alto”.

Um bilhete para o além

Marcel Souto Maior nos relata algo inusitado.
“Em 1996, Chico pendurou na porta do quarto um bilhete endereçado aos espíritos.O texto, escrito com letra miúda e trêmula, avisava: naquela noite ele dormia no quarto ao lado, por causa de uma obra na caixa d' água sobre o quarto. Se algum amigo espiritual quisesse fazer uma visita, deveria ficar à vontade. Chico teria muito prazer em recebê-lo no endereço provisório. Amanhã já voltarei ao meu próprio aposento”, comunicou no bilhete, antes de se despedir. [4]

Como diz o pastor Natanael Rinald: quem entende semelhante barafunda? Chico Xavier poderia ser animador de palco, não fosse um médium confuso. Mesmo supondo que um espírito poderia se comunicar com ele, o que aconteceria se um espírito vindo da Europa se deparasse com um bilhete escrito em português? E se fosse um japonês, um árabe ou um africano? Teria Chico um espírito tradutor a sua disposição? Um bilíngue?

A paranóia emocional de Chico chegou a um ponto tão alto que ele não sabia mais distinguir vivos de mortos.

"Na mesma época, uma senhora se aproximou de Chico no Grupo Espírita da Prece e foi cumprimentada por ele com uma pergunta preocupante:

- Desculpe, mas a senhora está viva ou morta?
- Viva, Chico. Graças a Deus - suspirou Chico.

Era comum Chico confundir vivos com mortos e cumprimentar o invisível." [5]

O Médium é desmascarado

Como acontece com todos os falsos profetas, Chico Xavier não passou na análise crítica e cientifica e tornou-se desacreditado do ponto de vista religioso, científico e filosófico. Nada do que ele dizia ver e ouvir foi realmente comprovado, e suas alegações de “humildade”, “despreendimento”, “analfabetismo” e “pobreza” sabe-se não corresponder com a verdade.

Antes que qualquer especialista denunciasse Chico como impostor, ele foi denunciado por Amauri Pena, sobrinho e auxiliar do médium. Ele disse, em entrevista ao Diário de Minas, que “tudo o que ele psicografou foi criado por sua própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas do outro mundo. Resolvi contar toda a verdade por uma questão de consciência. Não denuncio meu tio como homem, mas como médium”. [6]

A resposta veio logo em seguida. Amauri Pena foi ridicularizado e denunciado pelo próprio pai como “alcoólatra” e “doente de alma”. Chico Xavier usou todos os recursos e influência que tinha para calar o sobrinho, alegando não ter qualquer relação com ele e que Pena nunca participou de nenhuma reunião ao lado dele. Mais uma vez o médium faltou com a verdade. Todos sabem que Amauri Pena era auxiliar e homem forte de Chico, sendo na época o indicado para substitui-lo futuramente no trabalho de psicografia.

Mal acabou de se recuperar, o médium sofreu um novo revés. A pedido do repórter Hamilton Ribeiro, Chico Xavier “psicografou” uma mensagem do “espírito” da mãe do sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que tudo não passou de uma artimanha de Ribeiro – a senhora “comunicante” estava viva em Curitiba. Ribeiro continua:

“Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro de Alcântara Gonçalves, Alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...) Na letra inconfundível de Chico, lá esta: Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente ao seu favor. O que pensar disso? Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo o endereço existem. Eu os inventei”. [7]


Referências Bibliográficas

1. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 10, editora Planeta
2. Jornal O Estado de São Paulo, 1986
3. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 21, editora Planeta
4. Ibidem, p. 24
5. Id. Ibidem, p.24
6. Diário de Minas, 20/1/1971
7. Revista Realidade, nov. 1971



Johnny Bernardo

é pesquisador, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

Contato

pesquisasreligiosas@gmail.com
johnnypublicidade@yahoo.com.br


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3 comentários:

Anônimo disse...

Entendo que,como humanos,somos todos falhos,e,provavelmente Chico tinha também suas falhas,mas,caro amigo, diga-nos:quantos pratos de comida foram dados a quem tinha fome,quantos corações de mães e pais foram confortados com uma mensagem de seu parente querido,quantas crianças foram retiradas das ruas,quantas vestes foram dadas a pessoas com frio e quantos reais foram doados(dinheiro vindo dos direitos dos livros doados pelo Chico) para os necessitados e para obras conhecidíssimas de caridade, através dos seus estudos?
Entendo a grande importância investigativa do seu trabalho,mas é justo também que se veja e perceba a grande importância do trabalho que foi e é desenvolvido pela Doutrina Espírita.Mostre-me apenas um templo suntuoso Espírita e retirarei tudo o que escrevi aqui.
Como disse,nós humanos somos falhos,mas desconheço outra doutrina "herege" que prega amor incondicional ao próximo,que prega união entre os povos,e que segue à risca o Evangelho de Jesus,bem como muitos ensinamentos contidos no livro sagrado que é a Bíblia.
Desculpe se minha crítica ou atitude é de reprovação da sua parte,mas gostaria que seu trabalho fosse mais abrangente mostrando os dois lados da moeda.
Muito obrigado pelo espaço e fique com Deus.

Frazão disse...

Senhor coordenador.

Peço sua atenção para os dois pontos do artigo do senhor Johnny, a seguir mencionados:

– Com relação à reportagem na revista O Cruzeiro, sugiro ver e ouvir o vídeo constante de http://wn.com/Chico_Xavier,_apresenta%C3%A7%C3%A3o,_caso_David_Nasser, onde, quase no final do vídeo, verá David Nasser e o ouvirá de viva voz o que ele disse sobre o fato deles terem se apresentado como repórteres estrangeiros.


– Já com relação à pseudo psicografia da mãe do senhor João Guignone, como se tivesse sido efetuada a pedido do repórter José Hamilton Ribeiro, sugiro que leia a reprodução do artigo publicado na revista Realidade de novembro de 1971, contida em http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/xavier5.html e mencionada nas referências bibliográficas sob nº 7, pelo autor da matéria reproduzida aqui no site, a fim de que, nas próximas vezes, o senhor preste mais a atenção ao que coleta por aí, internet afora (ou que remetem para publicação), para não ser acusado futuramente de ter divulgado uma mentira, como se verdade fora. Por que digo isso? Simplesmente porque na reprodução da reportagem da Realidade consta o seguinte:

“Para os doutrinadores, a sessão terminou. Para Chico, é apenas uma mudança de fase: agora ele vai atender às centenas de pessoas que estão ali há várias horas, vindas de vários lugares, para vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo. Para obter dele uma assinatura, um lápis usado, um botão de sua roupa, uma relíquia qualquer. A algumas pessoas proporcionará um sinal ou dirá algo que depois vai correr de boca em boca, como mais uma manifestação de “Vida Maior”. Aconteceu com o sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Ao chegar a sua vez de abraçar o médium, ouviu-o dizer:
- Sabe quem está aqui do meu lado, cheia de emoção e querendo abraçá-lo? Sua mãe!
O sr. João fingiu alegria, manteve a aparência e depois comentou com um companheiro: - Acho que o Chico não está regulando bem. Disse que viu ao seu lado o espírito, de minha mãe, e mamãe está viva em Curitiba! Bem, foi ele chegar ao hotel e um interurbano do Paraná lhe dava a notícia.” (transcrição do que consta na Pag 68 da Revista Realidade de Novembro de 1971)



Veja que na versão constante do artigo do Sr. Johnny T. Bernardo houve uma distorção dos fatos narrados na reportagem da revista Realidade por ele mencionada. E ele ainda tem o desplante de afirmar que é imparcial, conforme consta em http://www.genizahvirtual.com/2010/12/mais-para-quadrilha-do-genizah-o.html!... Pode?!

Abraços. Frazão

Frazão disse...

Senhor coordenador.

Peço sua atenção para os dois pontos do artigo do senhor Johnny, a seguir mencionados:

– Com relação à reportagem na revista O Cruzeiro, sugiro ver e ouvir o vídeo constante de http://wn.com/Chico_Xavier,_apresenta%C3%A7%C3%A3o,_caso_David_Nasser, onde, quase no final do vídeo, verá David Nasser e o ouvirá de viva voz o que ele disse sobre o fato deles terem se apresentado como repórteres estrangeiros.


– Já com relação à pseudo psicografia da mãe do senhor João Guignone, como se tivesse sido efetuada a pedido do repórter José Hamilton Ribeiro, sugiro que leia a reprodução do artigo publicado na revista Realidade de novembro de 1971, contida em http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/xavier5.html e mencionada nas referências bibliográficas sob nº 7, pelo autor da matéria reproduzida aqui no site, a fim de que, nas próximas vezes, o senhor preste mais a atenção ao que coleta por aí, internet afora (ou que remetem para publicação), para não ser acusado futuramente de ter divulgado uma mentira, como se verdade fora. Por que digo isso? Simplesmente porque na reprodução da reportagem da Realidade consta o seguinte:

“Para os doutrinadores, a sessão terminou. Para Chico, é apenas uma mudança de fase: agora ele vai atender às centenas de pessoas que estão ali há várias horas, vindas de vários lugares, para vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo. Para obter dele uma assinatura, um lápis usado, um botão de sua roupa, uma relíquia qualquer. A algumas pessoas proporcionará um sinal ou dirá algo que depois vai correr de boca em boca, como mais uma manifestação de “Vida Maior”. Aconteceu com o sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Ao chegar a sua vez de abraçar o médium, ouviu-o dizer:
- Sabe quem está aqui do meu lado, cheia de emoção e querendo abraçá-lo? Sua mãe!
O sr. João fingiu alegria, manteve a aparência e depois comentou com um companheiro: - Acho que o Chico não está regulando bem. Disse que viu ao seu lado o espírito, de minha mãe, e mamãe está viva em Curitiba! Bem, foi ele chegar ao hotel e um interurbano do Paraná lhe dava a notícia.” (transcrição do que consta na Pag 68 da Revista Realidade de Novembro de 1971)



Veja que na versão constante do artigo do Sr. Johnny T. Bernardo houve uma distorção dos fatos narrados na reportagem da revista Realidade por ele mencionada. E ele ainda tem o desplante de afirmar que é imparcial, conforme consta em http://www.genizahvirtual.com/2010/12/mais-para-quadrilha-do-genizah-o.html!... Pode?!

Abraços. Frazão

Revista Povos

Revista Apologética Cristã

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