A seita de Rael

A Europa é um campo fértil para o surgimento de movimentos científicos extremistas. A Seita de Rael vem sendo amplamente divulgada desde 1975, ano em que teria fundado o movimento. Seu verdadeiro nome é Claude Virillon, ex-piloto de corrida e ex-jornalista esportivo. Adotou o pseudônimo de Rael (mensageiro) após ter sido “levado” ao espaço por ETs, posteriormente identificados pelos raelianos como Elions, quando lhe teriam dado o “segredo da vida”

Rael estabeleceu uma pequena comunidade de estudos científicos na França, por volta de 1975, estendendo-se, posteriormente, para países como Bélgica e Suécia. Tempos depois teria transferido para Quebec, no Canadá, sua sede administrativa, local onde vive atualmente. A igreja foi construída à semelhança de uma nave alienígena, parecida a que teria “estado” em 1973. O movimento conta com mais de 70 mil adeptos em todo o mundo, em sua maioria jovens de classe média e alta.

Segundo Rael, a humanidade seria fruto de uma experiência alienígena, que teria estabelecido o homem na Terra por volta de 25 mil anos atrás, por meio da clonagem. Esta experiência teria sido levada a efeito por meio de um laboratório genético, devidamente criado com este propósito, que corresponderia ao local que hoje conhecemos como Jerusalém.

O projeto dos raelianos é conseguir instalar em Jerusalém uma embaixada para o retorno dos Elions, que acontecerá, segundo eles, em 2035. Por cerca de onze vezes, Rael recorreu ao governo de Israel para solicitar um espaço aéreo para o pouso e decolagem de naves.

Movimento da segunda vinda

Um dos maiores objetivos deste grupo é promover a segunda vinda de Jesus a partir da clonagem. Esse projeto teria sido divulgado originalmente pelo nome de The Secund Comic (A Segunda Vinda).

Em uma entrevista concedida ao jornal Estadão, de 27 de dezembro de 2002, Rael teria dito que a “ressurreição de Jesus deveu-se à clonagem realizada pelo supremo Eloin, e será por meio de tal procedimento que a humanidade se tornará inteiramente clonada e viverá eternamente”.

A clonagem e as Escrituras

Dois episódios nas Escrituras são tomados com frequência para fundamentar a clonagem: primeiro, a criação de Eva a partir da costela de Adão; segundo, o nascimento virginal de Jesus. Em nenhum dos casos encontramos qualquer prenúncio a favor da clonagem humana, não nos moldes como o assunto vem sendo discutido em nossos dias.

O caso de Eva é uma coisa à parte, mesmo porque não houve nas gerações seguintes qualquer cópia genética a partir de costelas, braços ou pernas. Outra coisa interessante é a escolha do sexo. Ela ocorre num período anterior à fecundação do óvulo, quando espermatozóides masculinos e femininos são separados. Mas não temos notícias de que a partir de um DNA masculino obtenha-se um feminino, salvo por uma operação divina.

Se a criação de Eva a partir da costela de Adão não serve como um tipo básico para a clonagem humana, quanto menos servira o nascimento virginal de Jesus, mesmo porque não houve uma cópia genética a partir de um embrião existente.


Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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